Paulínia já tem mais de 95 mil habitantes e é a que mais cresce na RMC


População do município passou de 58 mil habitantes para 95 mil em dez anos, num aumento de 62%
A projeção populacional para 2014 divulgada esta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta uma população de 95.221 para o município de Paulínia. No total, os 20 municípios da Região Metropolitana de Campinas somam juntos 3.055.996 de habitantes. Paulínia foi a cidade que teve o maior crescimento de habitantes, tanto na comparação de 2000 com 2014 quanto de 2013 com este ano. Na sequência vêm as cidades de Engenheiro Coelho, Holambra, Indaiatuba, Jaguariúna, e Vinhedo. Dessas, apenas Indaiatuba tem mais de 100 mil habitantes.

Pesquisadores no assunto afirmam que há uma estabilidade nas grandes cidades como Campinas e capitais. Proporcionalmente, crescem mais municípios de portes médios e intermediários. Paulínia, por exemplo, passou de 58 mil habitantes para 95 mil em dez anos, aumento de 62%. Holambra cresceu 62%, passando de 8,1 mil para 13 mil. E há ainda casos de boom populacional, como de Morungaba, que triplicou a população em 10 anos, de 4.164 para 12.779.
Essas cidades vão na contramão do País. De acordo com o IBGE, as maiores taxas de crescimento da população, entre 2013 e 2014, foram verificadas em municípios de médio porte (de 100 mil a 500 mil habitantes).

Campinas continuou em segundo lugar na lista municípios mais populosos do Brasil, exceto capitais; Com 1.154.617, a cidade está atrás de Guarulhos, que tem 1,312.197 habitantes. No ranking que inclui capitais, Campinas está na 14º posição.


A população das demais cidades da RMC é a seguinte: Americana - 226.970 habitantes, Artur Nogueira - 49.346, Cosmópolis - 65.628, Engenheiro Coelho - 18.153, Holambra - 13.046, Hortolândia 212.527, Jaguariúna - 50.719, Monte Mor - 54.462, Morungaba - 12.779, Indaiatuba - 226.602, Itatiba 111.620, Nova Odessa - 56.008, Pedreira - 45.052, Santa Bárbara d'Oeste - 189.233, Santo Antônio de Posse - 22.176, Sumaré - 262.308, Valinhos 118.312 e Vinhedo 71.217 habitantes.


Realocação interna

De acordo com a professora do Núcleo de Estudos de População da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Rosana Baeninger, "o que ocorre é uma realocação interna. Campinas cresce menos porque cidades mais acessíveis para morar agora, pelo custo de vida, segurança etc, estão no entorno. E também existe mais espaço fora do núcleo", disse ela. Além disso, há a formação de subcentros regionais, como Paulínia, Valinhos, Americana, Sumaré. Assim, cidades pequenas, que antes dependiam apenas de Campinas para serviços, agora encontram lojas, hospitais, restaurantes nestes municípios de médio porte".
A configuração urbana que está sendo formada na RMC é favorável à aplicação políticas sociais e a formação de uma infraestrutura de transportes de qualidade, segundo Rosana. Enquanto a cidade de São Paulo concentra 60% dos moradores de sua metrópole, Campinas tem 40%. "Como, diferentemente da Capital, a população não está concentrada, existe uma rede urbana muito diversificada aqui, apropriada a políticas de transportes públicos, como trens, e educacionais. “É importante cobrar este tipo de investimento”.

Natalidade baixa

Rosana Baeninger afirmou que a natalidade na RMC hoje é baixa, e a tendência é de estabilidade - o crescimento vegetativo (número de pessoas nascidas menos o de pessoas mortas) se aproxima cada vez mais do zero.

Segundo ela, são as migrações que faz a população de municípios médios e intermediaram crescerem. Mas, diferentemente das décadas de 70 e 80, os fluxos migratórios não têm mais origem no Norte e Nordeste, eles são entre as cidades de uma mesma região metropolitana.

Maior impacto

O sociólogo e doutor em Demografia Ricardo Ojima afirmou, em entrevista ao Correio Popular, que o crescimento em cidades com menos de 100 mil habitantes é mais impactante. "Se uma cidade com dez habitantes recebe mais 10, o crescimento é de 100%. Qualquer crescimento em cidades menores tem impacto maior. Mas se Campinas recebe dez pessoas, o impacto é menor”.

Para a pesquisadora do IBGE Leila Ervatti, "esses municípios em geral são importantes centros regionais em seus Estados ou integrantes das principais regiões metropolitanas do País, e se configuram como áreas de atratividade migratória",

Já o crescimento nos maiores municípios, como Campinas, foi menor que a média nacional. "Essa tendência é influenciada, sobretudo, pelo ritmo lento de crescimento de algumas das principais Capitais do País, e principais núcleos metropolitanos, como o caso de Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém, Recife e São Paulo", explica Leila.

Campinas, segundo o IBGE, é a segunda cidade mais populosa do País quando se exclui as grandes Capitais do País. Na cidade são 1,2 milhão de habitantes. A primeira enquadrada nessa categoria é Guarulhos, com 1,3 milhão.

Importância

De acordo com o IBGE, as estimativas populacionais são fundamentais para o cálculo de indicadores econômicos e sociodemográficos nos períodos intercensitários e são, também, um dos parâmetros utilizados pelo Tribunal de Contas da União na distribuição do Fundo de Participação de Estados e Municípios. A divulgação ocorre anualmente por conta de legislação federal.

Com os dados, segundo Ojima, as prefeituras têm ferramentas para desenvolver políticas públicas. "Apesar do muito que se fala, que o Brasil não para de crescer, os dados nos apontam outra realidade. Dentro de 20 a 30 anos, a taxa de natalidade vai decrescer e as cidades mais afetadas serão as maiores. O impacto será negativo justamente por causa de falta de políticas públicas."

As estimativas do IBGE são baseadas nas taxas de fecundidade, mortalidade e nos fluxos migratórios. A pesquisadora do instituto Leila Ervatti disse que a questão da falta de espaço e custo de moradia influenciam na migração de pessoas das cidades-núcleos das regiões metropolitanas para municípios satélites. "Outras cidades de médio porte estão se tornando mais industriais e não somente dormitórios, o que influenciam neste fluxo migratório", completou.

Estados mais populosos
A estimativa do IBGE apontou que os três estados mais populosos estão na Região Sudeste enquanto que os três menos populosos estão no Norte. O estado de São Paulo é o mais populoso, com 44,0 milhões de habitantes e representando 21,7% da população total do País, seguido de Minas Gerais, com 20,7 milhões de habitantes (10,2% da população total) e Rio de Janeiro com 16,5 milhões de habitantes (8,1% da população total).

O município de São Paulo continua sendo o mais populoso, com 11,9 milhões de habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro (6,5 milhões de habitantes), Salvador (2,9 milhões), Brasília (2,9 milhões) e Fortaleza (2,6 milhões). Estes 25 municípios mais somam 51,0 milhões de moradores em 2014, 25,2% da população total do Brasil.

Cidades mais populosas

Fora as capitais, seis cidades de São Paulo e três do Rio de Janeiro estão nas nove primeiras posições: Guarulhos (1,3 milhão de habitantes), Campinas (1,154 milhão), São Gonçalo (1 milhão), Duque de Caxias (878,4 mil), São Bernardo do Campo (811,5 mil), Nova Iguaçu (806,2 mil), Santo André (707,6 mil), Osasco (693,3 mil) e São José dos Campos (681 mil). Eles somam 17,0 milhões de habitantes, 8,4% do total da população brasileira em 2014.




Jornal de Paulínia

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