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EX-FUNCIONÁRIA MOVE UMA AÇÃO DE DE R$ 27 MILHÕES CONTRA A EMPRESA |
Syngenta, considerada uma das maiores indústrias de sementes do mercado global foi acionada por uma ex-funcionária da unidade de Paulínia, a ex-cozinheira move uma ação de R$ 27 milhões contra a empresa por contaminação por metais pesados (a unidade de Paulínia responsável pela produção de produtos para proteção de cultivo e tratamento de sementes).
Elza Lopes Zupelli, de 74 anos, trabalhou na empresa entre 1991 a 2000. Desde que saiu da unidade, a idosa perdeu os dois rins e sofre de deficiências hepáticas, além de distúrbios no sistema nervoso central.
Após ser tratada por dez anos no Sistema Único de Saúde (SUS), que, segundo ela, não pediu exames toxicológicos, Elza começou a frequentar um especialista particular. O médico Igor Vassilief, o mesmo que acompanha o tratamento das vítimas do caso Shell, pediu o mineralograma da ex-cozinheira no início deste ano e foram constatados estrôncio, chumbo, alumínio e manganês em altos níveis em seu organismo. Segundo laudo médico, a presença dos metais é a causa de suas doenças.
Documentos da Cetesb anexados ao processo indicam que a Syngenta teve que se submeter a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre 1995 e 1999, firmado junto ao Ministério Público, para regularizar o descarte de seus resíduos sólidos industriais. Antes da data, os materiais eram dispostos em valas em frente e nos fundos da fábrica, que fica às margens da Rodovia Professor Zeferino Vaz (SP-332).
O solo considerado não contaminado, com base em laudos de análises químicas, foi utilizado para o reaterro das antigas valas. Foi feita a implantação de sistema de drenagem e cobertura com manta geossintética no local.
O advogado de Elza, Paulo Cunha de Figueiredo Torres, que também representou ex-funcionários da Shell e Basf de Paulínia contaminados entre 1974 e 2002, afirmou que a contaminação por metais pesados ocorre pela inalação dos vapores resultantes dos resíduos industriais. "Elza ficou anos inalando aqueles metais, consequência do descarte ilegal dos resíduos. Os laudos são probatórios que esta é a causa de todos os seus males" , disse.
O advogado tentou acordo com a empresa, mas para a Syngenta os problemas de saúde da ex-funcionária não têm relação com as atividades da empresa. O valor alto da indenização é por danos materiais, como custos de locomoção, remédios e tratamento médico, morais, pelo sofrimento que as doenças causaram a Elza, e estéticos. "Pedimos um valor que parece alto porque sabemos que ele cai bastante no momento do acordo judicial".
Em nota oficial, a Syngenta lamentou os problemas de saúde alegados por Elza Lopes Zupelli.
No entanto, a empresa diz que não reconhece as acusações e que as "as alegações não têm qualquer relação com o trabalho realizado pela reclamante, que afirma ter sido funcionária de uma empresa contratada exclusivamente para operar o refeitório localizado na unidade da companhia em Paulínia".
Portal de Paulínia