Sem médicos, população de Sumaré procura atendimento em Paulínia

Com dificuldades de atendimento há dois meses por conta da greve de pelo menos 150 médicos por falta de pagamento, a população de Sumaré (SP) passou a buscar unidades de saúde da região. Em Paulínia (SP), município vizinho, a procura apenas de moradores da cidade por diagnósticos aumentou 25%. Entre outubro e novembro, 5,9 mil pessoas estiveram nos serviços de urgência e emergência.
A Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar é uma organização social que administra a contratação de médicos para as unidades do Jardim Macarenko e do Matão, em Sumaré. Os profissionais estão em greve desde o dia 13 de outubro. Após o início da paralisação, a Justiça determinou que eles retomassem o atendimento. No entanto, a decisão foi descumprida e o movimento de cruzar os braços continua.




Apesar da procura pelas unidades de saúde de Paulínia, os pacientes de Sumaré só podem receber o primeiro atendimento no local. Consultas e exames, por exemplo, só são feitas para moradores residentes no município. A dona de casa Terezinha d’Amázio buscou atendimento para o pai em Paulínia e conseguiu, mas, depois de uma semana, o idoso vai precisar voltar para a cidade onde mora.
“Se eu não tivesse ido para Paulínia o meu pai tinha morrido. Realmente a situação lá está um caos. Agora eu vou ter que voltar com ele para Sumaré e tentar encontrar um médico, se não achar, vou tentar pagar particular, mesmo não tendo condições, porque eu não vou deixar meu pai morrer”, disse Terezinha, que levou o pai ao Hospital Municipal de Paulínia.
Por outro lado, o auxiliar de produção Israel Gomes Teles afirmou que ficou preocupado com o aumento na procura por atendimento e, consequentemente, no tempo de espera nas filas. “Realmente sobrecarrega aqui. Às vezes são entregues muitas senhas e a gente nem consegue atendimento”, contou.




Atrasos
Os atrasos nos pagamentos começaram em agosto, de acordo com a Pró-Saúde. A organização aguarda o repasse financeiro de R$ 4 milhões para regularizar o atendimento. A decisão de atender somente casos de urgência e emergência foi tomada pelo sindicato que representa os médicos.
Versões
A Prefeitura de Sumaré informou, em nota oficial, que divulgou um cronograma de pagamento para a Pró-Saúde. De acordo com o Executivo, até o final do ano serão depositados R$ 2,7 milhões, sendo que R$ 258 mil já foram pagos na última sexta-feira (2). Os valores são referentes aos pagamentos a partir de setembro. A administração ainda afirmou que os salários de agosto foram 100% quitados.
O Sindicato dos Médicos (Sindmed) confirmou que recebeu o cronograma da Prefeitura, mas disse que a Pró-Saúde informou à administração que necessita de “outros valores” para poder apresentar uma proposta aos médicos. A entidade reiterou que a greve dos profissionais continua, “sempre respeitando os atendimentos de urgência e emergência”.
Já a Pró-Saúde informou que a promessa da Prefeitura de Sumaré de pagar R$ 2,75 milhões até o fim de dezembro, se confirmada, não representa nem a metade do total necessário para a normalização dos serviços. Dessa forma, sem os repasses, não será possível realizar atendimento integral aos pacientes.
Além disso, destacou também que há também despesas com insumos e funcionários.


G1

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