Paulínia: Reclamação de festa acaba na polícia

O constante som alto em uma chácara usada para locação de festas no bairro Balneário Tropical, em Paulínia, fez o vizinho do imóvel perder o controle no fim de semana durante uma festa de noivado. Ele relata que teve o braço quebrado e a cabeça machucada por guardas municipais que foram acionados para atender a ocorrência.
A confusão aconteceu no sábado à tarde e foi parar na delegacia, que registrou Termo Circunstanciado de Ocorrência por desacato, resistência, ameaça e lesão corporal.
Segundo depoimentos de frequentadores da festa à Polícia Civil, o professor Francisco de Assis Silva, de 37 anos, quebrou com uma enxada a lixeira em frente ao imóvel alugado e minutos depois subiu no telhado de sua casa com duas pedras de calçamento na mão com as quais batia nas telhas.
A GM foi acionada e os guardas não teriam conseguido conversar com o professor, momento em que subiram em seu telhado para detê-lo, no entanto, os frequentadores do evento não viram a ação. A confusão fez, inclusive, com que a avó da noiva passasse mal.
Na versão dos guardas, a todo momento houve ameaças e a abordagem foi necessária, depois que o autor largou as pedras e tentou pegar uma picareta.
Segundo eles, houve primeiro uma ação moderada, à qual o professor resistiu. Um GM diz que sofreu luxação no ombro e outro lesões no braço. Já Silva afirma ter sido contido rapidamente sem nem ter tempo de reagir. “Um deles deu um mata-leão e quando acordei estava com o braço quebrado e o rosto todo machucado. Provavelmente pisaram na minha cabeça porque está machucado atrás e meu rosto está marcado”, diz. Ele afirmou ter feito exame de corpo de delito.




Pai de duas filhas, de 4 anos e de 1 ano, o professor afirma reclamar de perturbação de sossego das festas desde outubro de 2013, inclusive com abaixo-assinado protocolado na Prefeitura, já que pela lei de uso e ocupação do solo a área em questão não permitiria o uso não residencial. “O som é muito alto, vibra toda minha casa.”
Silva conseguiu na Justiça em 27 de fevereiro de 2014 uma medida cautelar para que os usuários do imóvel não façam ruído após as 23h, com multa diária de R$ 5 mil em caso de desobediência, que segundo ele foi descumprida por várias vezes, porém sem aplicação de multa. Ele diz que já registrou vários boletins de ocorrência.
A Prefeitura afirmou que a GM tentou por diversas vezes negociar com o cidadão para que ele parasse com as ameaças, mas houve resistência e desacato. Disse ainda que a Corregedoria apurará se houve excesso na ação. Sobre o pedido de fiscalização do uso comercial da chácara, alegou que desconhece o abaixo-assinado por ter sido feito em gestão anterior e afirmou considerar o uso privativo.
A Polícia Civil afirmou que não havia nenhum procedimento instaurado antes porque o professor não fez representação. Já a PM e a empresa responsável pela chácara não retornaram contato.
Correio Popular

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