Peixes apareceram mortos em uma lagoa que está passando por
obras de desassoreamento, no bairro Santa Terezinha, em Paulínia (SP).
Um morador da região enviou imagens à EPTV, afiliada da TV Globo.
A reportagem também esteve no local na manhã desta
sexta-feira (11) e verificou que o local, que antes era um parque usado para
lazer, se tornou um terreno com muita terra vermelha e poucas árvores.
De acordo com moradores, as obras de desassoreamento foram
solicitadas para que fossem feitas melhorias no local, mas a população reclama
da forma que a intervenção foi realizada.
"Em várias reuniões que fizemos com os órgãos
competentes, eles afirmaram que seria feito uma plataforma de cada vez e os
animais seriam transferidos para o local limpo. Mas isso não aconteceu. Eles
soterraram os animais e acabaram com a fauna. Não tem mas vida aqui",
disse a empresária Maria Lúcia Oliveira.
"A gente pediu uma limpeza. Não o que foi feito aqui.
Simplesmente mataram a lagoa. A gente quer uma explicação do município",
afirmou a advogada Mônica Previdelli.
O que diz a prefeitura?
A Prefeitura de Paulínia afirmou que a obra acontece em duas
etapas e o projeto de desassoreamento, com a execução de do aterro, servirá de
acesso para os equipamentos e caminhões.
Segundo a administração municipal, a obra contempla ainda a
execução de um novo vertedouro - local por onde a água sai da lagoa.
"Toda a execução da obra é assistida por uma empresa
responsável pelo monitoramento de fauna e flora, com o objetivo de evitar a
produção de impactos ambientais. São observados no local, pássaros, capivaras,
peixes, espécies de sapos e pererecas, lagartos, cobras e também são observados
2 jacarés na lagoa", diz a nota.
Após o término do desassoreamento, serão implantadas ações
de recuperação ambiental do espaço: com recomposição da vegetação por meio do
plantio de árvores (nativas, hoje o entorno possui muitas espécies exóticas),
grama e plantas arbustivas. Também serão introduzidas espécies de peixes, para
aumentar a diversidade na lagoa, que basicamente se restringe a cascudo e
tilápia.
Em relação aos peixes, a prefeitura informou que os animais
"estão sendo conduzidos de acordo com os protocolos ambientais".
"O fato é que grande parte da lagoa tinha apenas 20cm
de profundidade e com grande quantidade de plantas aquáticas, condições que
reduz a quantidade de oxigênio na água. A obra vai garantir que o local retome
suas condições originais e garanta um ambiente saudável não só para os peixes
como também aos demais animais do local, como aves, répteis e anfíbios",
completou o Executivo.