Um trauma que se manifesta em noites sem dormir, sensibilidade a barulhos do dia a dia e perda da própria identidade. É assim que a mulher que acusa um policial civil de estupro dentro de uma cadeia em Paulínia define a vida após o caso.
Quatro meses depois, a vítima, que preferiu não ser identificada, falou pela primeira vez em uma entrevista exclusiva ao g1 nesta sexta-feira (14) e relatou uma rotina de medo, apreensão e tentativas de superar a violação com o apoio da família e de profissionais de saúde mental.
"Ele acabou com a minha vida. Eu não tenho mais esperança que nem eu tinha, não tenho mais sorriso. Tudo que eu vou fazer, se eu vou comer, eu lembro do que aconteceu. Eu não consigo dormir mais, hoje eu tomo seis tipos de remédios por dia, porque se eu não tomar eu não consigo viver", desabafa.
O caso ocorreu em março deste ano. A mulher, que respondia por tentativa de estelionato à época, havia comparecido ao 10º Distrito Policial (DP) de Campinas (SP) e, em seguida, sido transferida para a Cadeia de Paulínia, onde aguardava audiência de custódia.
Ainda em março, após as primeiras investigações, a Justiça
expediu um mandado de prisão temporária contra o policial, que também era
investigado pela corregedoria e Polícia Civil. Recentemente, no dia 5 de julho,
o homem foi solto após um habeas corpus.