O aumento da tarifa de ônibus em Campinas (SP) para R$ 5,15 começa a valer nesta segunda-feira (3), segundo a prefeitura. A alta no valor foi anunciada em 30 de dezembro e a cidade passa a ter preço mais elevado do que todas as capitais, exceto Brasília, segundo pesquisa de novembro do g1.
O valor da tarifa na metrópole estava congelado há dois anos e meio e a administração diz que a mudança se justifica por conta da inflação e aumento de preços dos insumos. Veja os novos valores:
- Bilhete Único Comum: sobe de R$ 4,55 para R$ 5,15
- Vale Transporte: aumenta de R$ 4,95 para R$ 5,60
- Bilhete Único Escolar: passa de R$ 1,82 para R$ 2,06
- Bilhete Único Universitário: vai de R$ 2,28 para R$ 2,58
- Segunda integração: sobe de R$ 0,40 para R$ 0,45
- Linha Circular/Centro: aumenta de R$ 3,30 para R$ 3,73
O governo municipal alegou que, para minimizar o impacto aos usuários, definiu o reajuste abaixo da inflação acumulada desde o último aumento. O percentual médio foi de 13,16%, enquanto a inflação de julho de 2019 a novembro de 2021 chegou ao índice de 16,52%.
A administração destacou, ainda, o reajuste salarial e o
preço do combustível para justificar o aumento: "Somente o diesel acumula
aumento de 69,58% no período de junho de 2019 a dezembro de 2022. Os
trabalhadores do setor também tiveram aumento de 10% em seus salários neste
mesmo período – e a mão de obra é outro item com impacto de 40% no custo
operacional", diz nota.
Mais cara do que capitais
Levantamento feito pelo g1 em 23 de novembro, em todas as capitais, mostrou que a tarifa mais cara entre elas é a de Brasília, que custa R$ 5,50. Em todas as demais capitais os valores identificados eram mais baratos do que o que passa a ser praticado em Campinas nesta segunda. Veja abaixo ranking.
- Brasília -5,50
- Porto Alegre -4,80
- Belo Horizonte - 4,50
- Curitiba- 4,50
- Boa Vista - 4,50
- Florianópolis -4,50
- Salvador - 4,40
- São Paulo - 4,40
- Goiânia - 4,30
- Campo Grande - 4,20
- João Pessoa - 4,15
- Cuiabá - 4,10
- Rio de Janeiro - 4,05
- Porto Velho - 4,05
- Vitória - 4,00
- Teresina - 4,00
- Natal - 4,00
- Aracaju -4,00
- Palmas - 3,85
- Manaus - 3,80
- Recife - 3,75
- Macapá - 3,70
- São Luís - 3,70
- Fortaleza - 3,60
- Belém - 3,60
- Rio Branco - 3,50
- Maceió - 3,35
Licitação travada
Campinas prevê para o início deste ano a realização das audiências públicas necessárias para discutir com a população o novo projeto de concessão do transporte público municipal.
O primeiro passo do processo ocorreu em 22 de novembro, quando a prefeitura realizou uma sessão pública para apresentar as bases do novo edital. Na ocasião, ela abriu prazo de 30 dias para receber, pela internet, manifestações e sugestões da população sobre o transporte.
Atrasado, o cronograma inicial da concorrência foi divulgado em abril pela Secretaria de Transportes e previa para agosto de 2021 a entrega do novo edital. As audiências são obrigatórias e a conclusão do documento ficou para este ano.
Em abril, a administração municipal decidiu estender o contrato com as empresas operadoras do transporte público após ficar sem alternativa imediata para garantir ônibus para a população. À época, entretanto, a Justiça se manifestou contra a prorrogação.
O contrato atual do transporte tem cláusula resolutiva e será mantido até que a substituição seja finalizada. A ampliação do acordo ocorreu após o governo municipal não conseguir viabilizar um acordo emergencial para troca, enquanto a nova licitação segue inconclusa desde 2019 após ser alvo de contestações na Justiça e Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP).
A necessidade de atualização já havia sido adiantada pela Secretaria de Transportes em fevereiro, quando a prorrogação do contrato era tratada como descartada.