Petroleiros fazem ato na Replan

Ação integra manifestações nacionais pela paralisação, que atingiu o 14º dia
Cerca de 200 trabalhadores da Petrobras realizaram no começo da manhã da última sexta-feira (14) um ato em frente à Portaria Sul da Refinaria de Paulínia (Replan). A ação, que contou com cartazes e bandeiras, faz parte da série de manifestações da greve nacional dos petroleiros, que chegou ontem ao seu 14º dia. O embate entre os grevistas e a direção da Petrobras começou no dia primeiro de fevereiro, com protestos em 10 estados do País. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), 113 bases do Sistema Petrobras já aderiram à greve, com aproximadamente 20 mil petroleiros mobilizados.
A categoria é contra o processo de privatização da Petrobras e a demissão de funcionários da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen-PR), em Araucária, no Paraná. De acordo com os petroleiros, a Petrobras descumpriu o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) ao realizar a demissão de todos os funcionários da unidade, no começo da manhã de ontem. Ao todo, 396 profissionais devem ser desligados até abril.
No dia 14 de janeiro, a Estatal anunciou que desativaria a unidade após encerrar as tentativas de vender a fábrica. Em comunicado divulgado na época, a Petrobras afirmou que a matéria-prima do local estava mais cara do que o produto final, e que ela vinha acumulando prejuízos desde quando foi adquirida, em 2013. Os desligamentos dos funcionários acontecerão em três fases: 144 pessoas serão demitidas entre ontem e 5 de março. Outros 103 colaboradores serão desligados da empresa entre os dias 5 a 25 de março, e 149 empregados entre 25 de março a 14 de abril.
Em nota, a Petrobras informou ainda que o movimento realizado pelos grevistas é "descabido" e que tomou todas as providências necessárias para garantir a continuidade das atividades. Ainda de acordo com a empresa, todos os compromissos assumidos na negociação com os petroleiros foram e vêm sendo integralmente cumpridos. "As justificativas são infundadas e não preenchem os requisitos legais para o exercício do direito de greve. Os compromissos pactuados entre as partes vêm sendo integralmente cumpridos pela Petrobras em todos os temas destacados pelos sindicatos", informou.

Outros protestos

Além das demissões na Fafen-PR, os petroleiros também querem o fim da política de paridade de preços com o mercado internacional. No final última quinta-feira, representantes do Sindicato Unificado dos Petroleiros do Estado de São Paulo (Sindipetro-SP) distribuíram senhas para a compra de 100 botijões de gás subsidiado, pelo valor de R$ 40, no município de Cosmópolis (SP).
A ação ocorreu no cruzamento entre as avenidas do Trabalhador e da Saudade. No local, as senhas foram distribuídas por ordem de chegada, com o limite de uma unidade por família, que precisou apenas levar seu botijão vazio para realizar da troca.
Segundo a Associação Beneficente Cultural dos Petroleiros (ABCP), o protesto teve como objetivo mostrar que o Governo Federal e a Petrobras teriam condições de vender o gás de cozinha e seus derivados a um preço mais em conta.
De acordo com a FUP, ações semelhantes já ocorreram em seis estados desde o início da greve. Em Campinas, foram distribuídos 200 botijões na Vila Boa Vista, no último sábado. Nesta quinta, além de Cosmópolis, a venda subsidiada de gás de cozinha também ocorreu em outras cidades do País.

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