Inseticida para combater Aedes aegypti está indisponível em 31 cidades da região de Campinas

Uso está interrompido desde maio de 2019 porque o Ministério da Saúde deixou de fornecer o produto. Campinas (SP) comprou material alternativo com recursos próprios.
O inseticidas para ações contra o mosquito Aedes aegypti está indisponível em 31 cidades da região de Campinas (SP), segundo dados fornecidos por prefeituras para a EPTV, afiliada da TV Globo.

O procedimento está interrompido desde maio do ano passado porque o Ministério da Saúde, responsável por comprar e distribuir, deixou de fornecer. O governo reconhece a falta do produto, mas alega que o produto é "última estratégia" para evitar doenças como zika, dengue e chikungunya.

Municípios sem inseticida antidengue


  • Águas de Lindoia
  • Americana
  • Amparo
  • Artur Nogueira
  • Campinas
  • Espírito Santo do Pinhal
  • Estiva Gerbi
  • Holambra
  • Hortolândia
  • Indaiatuba
  • Itapira
  • Jaguariúna
  • Lindóia
  • Louveira
  • Mogi Guaçu
  • Mogi Mirim
  • Monte Alegre do Sul
  • Monte Mor
  • Morungaba
  • Paulínia
  • Pedra Bela
  • Pedreira
  • Pinhalzinho
  • Santo Antônio de Posse
  • Santo Antônio do Jardim
  • Serra Negra
  • Socorro
  • Sumaré
  • Tuiuti
  • Valinhos
  • Vinhedo

Campinas

Segunda cidade no estado com mais casos de dengue registrados em 2019, Campinas está entre os municípios afetados pela falta do inseticida. Para tentar controlar a circulação da doença, a alternativa encontrada pela prefeitura foi comprar um produto menos eficaz e com recursos próprios. O produto mais adequado neste tipo de ação só pode ser adquirido pelo Ministério da Saúde.

A nebulização começou em novembro do ano passado, com investimento de R$ 11,5 mil e o estoque é suficiente para cerca de 30 mil imóveis.

De acordo com a coordenadora do Programa de Arboviroses, Heloisa Malavazzi se a aplicação tivesse ocorrido durante a epidemia de 2019, haveria um número menor de casos.

"Estamos esperando esse reabastecimento do Ministério ainda sem uma data definida. Compramos uma quantidade que provavelmente será suficiente até que esse reabastecimento aconteça", explica.

Ainda segundo a coordenadora, o produto elimina o mosquito Aedes aegypti na fase adulta, quando ele já pode transmitir a doença e a nebulização é feita em locais pré-estabelecidos e identificados como áreas de transmissão da dengue.

"Semanalmente, monitoramos as áreas de transmissão baseado nos casos suspeitos e confirmados de dengue, mapeando esses casos para programar a atividade de nebulização. Isso é importante até para não provocar a resistência do mosquito ao inseticida. Se eu começar a usar indiscriminadamente, o inseticida não vai mais funcionar para matar mosquito", afirma Malavazzi.

O que diz o ministério?

Em nota, o Ministério da Saúde reconheceu a falta do produto e disse que 25 mil litros de inseticida foram distribuídos para estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte, Piauí e Rio de Janeiro, onde o risco é considerado maior.

Além disso, destacou que a medida mais eficaz é a eliminação de focos de multiplicação do mosquito Aedes aegypti e o envolvimento de todas as esferas do governo e da sociedade é fundamental.

"Desde maio de 2019, o Brasil está desabastecido do inseticida Malathion devido à uma grande quantidade de produtos vencidos e com problemas de qualidade em razão de alterações químicas em sua formulação". Segundo a assessoria, neste mês 80 mil litros devem ser distribuídos no país e o Ministério já fez a compra de 300 mil litros de outro inseticida que será distribuído em fevereiro.

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