O Ministério da Saúde informou nesta sexta-feira (31) que o Brasil tem 12 casos suspeitos do novo coronavírus. Nenhum caso foi confirmado.
Seis estados estão com pacientes em investigação médica: Ceará (1), Paraná (1), Rio Grande do Sul (2), Santa Catarina (1) e São Paulo (7). O ministério informou que as amostras de casos suspeitos serão analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará.
Um segundo caso suspeito de coronavírus foi comunicado nesta sexta-feira (31) à Secretaria Municipal de Saúde. Trata-se de uma mulher de 30 anos, que também está em isolamento domiciliar, assim como toda sua família. O anúncio foi feito no final da tarde pelo secretário municipal de Governo, Danilo Barros.
Além da mulher, um homem de 45 anos também é suspeito de portar o coronavírus. Ele está em isolamento domiciliar e com quadro estável. De acordo com a Prefeitura, a nova paciente em investigação é a enfermeira que mora em Paulínia e atendeu o empresário com sintomas do coronavírus no último dia 24, em hospital particular em Campinas. As amostras biológicas dela foram colhidas e enviadas ao Instituto Adolfo Lutz.
Caso em Minas Gerais
O balanço que considerava os dados de até 12h desta sexta incluiu um caso em Minas Gerais, estado que apareceu na lista do Ministério. Com ele, o total de casos chegava a 13. Entretanto, durante a apresentação, realizada a partir das 16h, o secretário-executivo da pasta anunciou que após a inclusão do caso na lista foi recebida a confirmação de que o paciente deu negativo para coronavírus.
O ministério informou que as amostras de casos suspeitos serão analisadas pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro. Em breve, também pelo Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e pelo Instituto Evandro Chagas, no Pará.
OMS
Nesta quinta-feira (30), a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que os casos do coronavirus 2019 n-CoV são uma emergência de saúde pública de interesse internacional. São milhares de infecções na China e em 22 países. Com isso, uma ação coordenada de combate à doença deverá ser traçada entre diferentes autoridades e governos.
Desde o primeiro alerta de coronavírus, em 31 de dezembro, até esta sexta-feira, o coronavírus já havia matado 213 pessoas na China e infectado 9.720 – taxa estimada de letalidade de 2,19%, segundo autoridades chinesas. Isso significa que, a cada 100 pessoas doentes, 2 morrem. Os dados são estimados porque o número total de infecções ainda é desconhecido.
Já a Sars levou à morte 916 pessoas e contaminou 8.422 durante toda a epidemia (2002 a 2003). A taxa de letalidade é de 10,87%. Isso representa quase 11 mortes a cada 100 doentes. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS).
As duas infecções são causadas por vírus da família "coronavírus", e recebem este nome porque têm formato de coroa.
Se comparados a outro vírus que causa doença respiratória, como o H1N1, o número de pessoas que morrem é maior do que o registrado pelo coronavírus. Em 2019, somente no Brasil, 796 pessoas morreram com H1N1 e 3.430 foram infectados. Ou seja, a gripe matou 23,2% dos pacientes internados no Brasil com sintomas, ou 23 a cada 100 doentes.
Recomendações
Os especialistas recomendam a “etiqueta respiratória” para evitar a transmissão: cobrir a boca com a manga da roupa ou braço em caso de tosses e espirros e sempre lavar as mãos.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomenda que os serviços de saúde adotem protocolos de prevenção antes, durante e depois da chegada do paciente, com desinfecção e ventilação de ambientes.
Para quem trabalha em pontos de entrada no país, como aeroportos e fronteiras, é recomendado o uso de máscaras cirúrgicas.
Caso haja algum caso suspeito em aviões, navios e outros meios de transporte, é recomendado usar máscara cirúrgica, avental, óculos de proteção e luvas. A inspeção de bagagens deve ser feita com máscara cirúrgica e luvas.