PAULÍNIA E VINHEDO VÃO NA CONTRAMÃO E ABREM VAGAS


A Região Metropolitana de Campinas (RMC) começou o ano amargando a perda de 1.914 postos de trabalho. Somados os últimos 12 meses, mais de 45 mil pessoas foram demitidas na região.



Mas duas cidades estão apresentando números surpreendentes em relação ao começo do ano passado: Vinhedo, com um saldo positivo de 1.023 postos, o que representa quase 15 vezes mais do que os 75 postos de janeiro e fevereiro de 2015; e Paulínia, com 519 postos abertos - um avanço de 503,5% em relação ao início do ano passado.

Em Vinhedo, o setor de serviços industriais de utilidade pública (como água, telefonia e energia elétrica) puxa a fila do emprego. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o segmento foi responsável por 1.022 contratações no primeiro bimestre deste ano no município.

O segundo posto foi ocupado pela administração pública, com 99 admissões. E os números só não são ainda melhores porque a indústria de transformação demitiu 115 trabalhadores neste ano.

Em Paulínia, foi o setor de construção civil que voltou a buscar profissionais, especialmente por conta de serviços de manutenção em empresas como a Refinaria de Paulínia (Replan), que geraram postos de trabalho temporários. A área de serviços também está com números positivos - foram 114 pessoas admitidas no período.

Outras cidades da RMC também exibem números positivos. Em Monte Mor, foram gerados 198 postos de trabalho com carteira assinada; Santa Bárbara d’Oeste tem saldo positivo de 324 admissões; Sumaré contabiliza 98 novas vagas; Valinhos 36; e Nova Odessa, outras 37.

Já os maiores mercados de trabalho da região vêm fechando vagas este ano. Campinas encerrou o primeiro bimestre com saldo negativo de 2.149 demissões. Em Americana, foram cortados 366 postos. Hortolândia perdeu 363 vagas e Indaiatuba, 351 entre janeiro e fevereiro.



No conjunto dos 20 municípios que formam a RMC, a conta está negativa em 1.914 postos de trabalho.

Cenário

Representantes da área da construção civil informaram que as contratações em Paulínia estão relacionadas a obras de manutenção em empresas na área do polo petroquímico.

A Rhodia, instalada na cidade, informou que está entrando na parada de manutenção anual, que vai até a última semana de abril. A empresa informou que contratou serviços de empresas terceirizadas de construção civil e montagem, que devem alocar em torno de 700 pessoas no período. A multinacional vai gerar postos indiretos para a manutenção da unidade.

Em Vinhedo, a Prefeitura informou que está em busca de informações para saber quais foram as empresas que geraram os mais de mil empregos na área de serviços industriais de utilidade pública. A cidade foi a segunda que mais criou empregos no Estado em fevereiro.

A especialista em Gestão de Pessoas, Liderança e Coaching Executivo, Ligia Molina, afirmou que o mercado de trabalho reflete a crise econômica que afeta o País. “Não há nenhum setor que esteja contratando em massa. O mercado sente a retração e os cortes de postos de trabalho, e as poucas contratações estão muito pulverizadas”, disse. Ela comentou que há muitos bons profissionais no mercado em busca de uma nova ocupação.

“O movimento que estou vendo é de empresas que estão substituindo profissionais que não têm a performance esperada por outros bons profissionais que estão no mercado. Entretanto, os salários estão mais baixos. Profissionais que antes recebiam R$ 10 mil a 12 mil por mês agora são contratados por entre R$ 7 mil a R$ 8 mil”, detalhou.



PN

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