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Juiz nega recurso e manda Câmara de Paulínia votar denúncia sobre troca de favores entre Dixon e 13 vereadores

O juiz da 1ª Vara de Paulínia (SP), Carlos Eduardo Mendes, manteve na tarde desta segunda-feira (19) a decisão que obriga a Câmara a votar uma denúncia contra 13 dos 15 vereadores e o prefeito, Dixon Carvalho (PP), por suposta troca de favores. Segundo o Tribunal de Justiça (TJ-SP), ela deve ser realizada em até 48h, a partir da publicação em Diário Oficial, com a participação de suplentes.

A expectativa do Judiciário é de que a denúncia seja levada para discussão em plenário entre quinta e sexta-feira (23). O Chefe do Executivo teria sido blindado de apurações em contratos emergenciais da merenda e coleta de lixo, cada um com valor superior a R$ 13 milhões, e compensado os parlamentares por meio de manobra que resultou em 68 nomeações para cargos de confiança.

Na semana passada, o Legislativo entrou com um recurso para solicitar informações e mais tempo antes de executar a sessão extraordinária, mas ele foi rejeitado. Em nota, a assessoria destacou que não foi notificada sobre o despacho, mas que ele será analisado pela Procuradoria Jurídica.

Com isso, o magistrado anulou a sessão de 29 de agosto de 2017, quando a denúncia foi arquivada.

Abertura de comissão
De acordo com o TJ-SP, devem participar da votação na extraordinária os vereadores que não foram denunciados, Tiguila Paes (PPS) e Kiko Meschiati (PRB), além dos 13 suplentes. Caso a denúncia seja acolhida, o Legislativo abrirá uma Comissão Processante (CP) e os trabalhos têm prazo de 90 dias.

Ela será comandada por três vereadores, entre eles, Meschiati e Paes, além de um suplente que não vota na sessão extraordinária. Com isso, se algum dos parlamentares for "absolvido", ele também poderá integrar o grupo, informou a assessoria do TJ-SP. Caso seja confirmada a "troca de favores" durante a apuração, por outro lado, os parlamentares e o prefeito podem ter mandatos cassados.

Os 13 vereadores denunciados estão mantidos nos cargos mesmo se a comissão for aberta e a próxima sessão ordinária do Legislativo está marcada para 27 de fevereiro.

"Todos os vereadores seguem trabalhando normalmente, conforme suas respectivas agendas. Os demais serviços oferecidos à população também não foram interrompidos", diz texto da Câmara.

Contratações
A denúncia feita ao Ministério Público e considerada pela 1ª Vara indica que os vereadores Edilsinho Rodrigues (PSDB) e Fabia Ramalho (PMN) nomearam três pessoas cada; enquanto João Mota (PSDC), Marcelo D2 (PROS) e Marquinho Fiorella (PSB) tiveram direito a quatro cargos.

Os parlamentares Manoel Filhos da Fruta (PCdoB), Xandynho Ferrari (PSD), Zé Coco (PV) e o presidente da Casa, Du Cazellato (PSDB), indicaram cinco pessoas cada.

Fábio Valadão (PRTB) e Danilo Barros (PR) nomearam sete; e os vereadores Flávio Xavier (PSDC) e Loira (PSDC) foram beneficiados com oito contratações, de acordo com a denúncia.

As nomeações começaram a ser publicadas em Diário Oficial a partir de 12 de abril de 2017, menos de um mês após as comissões serem rejeitadas no Legislativo. Textos de conversas por meio do aplicativo WhatsApp mostram, inclusive, parlamentares cobrando as nomeações.
Documentos mostram uso de emojis em tratativas sobre nomeações (Foto: Reprodução / EPTV)

O que diz a Prefeitura?
A assessoria da Prefeitura de Paulínia alegou, em nota, que a decisão da 1ª Vara diz respeito ao ato administrativo da Câmara e não cabe ao prefeito manifestações.

"Quanto ao teor das denúncias, todas já foram amplamente discutidas pelo Legislativo e permaneceu explícito que se tratam de perseguições políticas e acusações infundadas. O prefeito Dixon Carvalho segue convicto da legalidade de todos os atos praticados em seu governo e continua trabalhando ininterruptamente pelo desenvolvimento da cidade de Paulínia e por melhorias na qualidade de vida de seus cidadãos", informa texto da administração.

Sobre a nomeação de comissionados, o Executivo frisou que ela foi feita de acordo com a Lei e baseada na capacidade técnica dos profissionais selecionados.

'Guerra política'
Na semana passada, a Câmara aprovou a abertura de uma CP para investigar o vice-prefeito, Sandro Caprino (PRB), por suspeita de improbidade administrativa, desvio de função e quebra de decoro. Ele nega irregularidades e cita que há uma "guerra política" na cidade.

Sem discussão prévia em plenário, 11 dos 15 parlamentares votaram a favor da apuração sobre a denúncia de 95 páginas contra Caprino. As três abstenções foram de Paes, Meschiati e Manoel Filhos da Fruta (PCdoB). O presidente da Casa, Du Cazellato (PSDB), só votaria em caso de empate.

Fonte: G1

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