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Mortes já superam dois últimos anos em Campinas

O ano de 2017 ainda não acabou, mas o número de homicídios dolosos — aqueles em que há intenção de matar — registrados em Campinas nos primeiros 11 meses já supera os anos de 2016 e de2015, segundo estatísticas criminais divulgadas na última sexta-feira (22) pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP).
De janeiro a novembro, aconteceram 125 casos, totalizando 144 vítimas. No ano passado inteiro — de janeiro a dezembro — foram 115 homicídios com 119 vítimas, e nos 12 meses de 2015 foram 121 casos com 126 vítimas. Uma das explicações para o aumento está nas três chacinas que ocorreram ao longo deste ano.
No Réveillon completa um ano do feminicídio que chocou o País, quando um técnico em laboratório de 46 anos invadiu uma casa onde acontecia uma festa familiar, no Jardim Proost Souza, e atirou contra 15 pessoas da mesma família, entre eles a ex-mulher e o filho de 8 anos. Na época, 12 pessoas morreram, sendo 11 delas no local. No dia 29 de outubro, quatro jovens com idades entre 16 e 22 anos foram mortos a tiros, no Jardim Satélite Íris 2, em Campinas, quando participavam de um baile funk. No mesmo mês, cinco pessoas morreram em uma chacina cometida pelo vigilante Antônio Ricardo Gallo, de 28 anos, que se matou. As vítimas foram o pai dele, duas irmãs e um vizinho da família.

Se comparados apenas os 11 primeiros meses de 2016 e de 2017, os homicídios dolosos em Campinas aumentaram 21,3%, passando de 103 para 125. Já o número de vítimas, comparado o mesmo período, cresceu 34,5%, passando de 107 para 144.
O delegado do Setor de Homicídios de Campinas Rui Pegolo esclarece que o aumento não foi pontual e segue a tendência em todo o Estado. Acrescentou ainda que não há uma causa específica, como a crise, por exemplo. “Não há grupos de extermínio, nada que indique uma causa objetiva”. Assegurou que a Polícia Civil segue trabalhando nos esclarecimentos de todos os casos e tem obtido uma taxa de 48% de esclarecimentos.
“A polícia reconhece que houve um aumento, mas, na mesma medida continua trabalhando com mais afinco. Os crimes estão sendo esclarecidos e a polícia está dando uma resposta”, disse. O delegado afirmou que o maior número de vítimas de homicídios dolosos, 144, é por conta das três chacinas e ponderou que nos crimes familiares, dificilmente, a polícia consegue atuar preventivamente. “A gente qualifica como crimes inevitáveis. Até em países de primeiro mundo acontecem e o Estado não consegue atuar”.

Latrocínios
Os casos de latrocínio permaneceram estáveis com sete roubos seguidos de morte, se comparado o mês de novembro com outubro, mas no acumulado dos 11 meses o número também já supera o total de 2016, quando foram registradas seis mortes nos 12 meses do ano. Uma das vítimas de latrocínio foi uma idosa de 77 anos, vítima de assalto em sua residência, na Vila Miguel Vicente Cury, em abril deste ano. Dois adolescentes envolvidos no crime foram presos.
Embora os casos de estupro tenham apresentado redução, passando de 256, de janeiro a novembro de 2016, para 242 em 2017, uma queda de 5,4%, os estupros de vulnerável — contra crianças e adolescentes — registraram alta no mesmo período, passando de 46 para 151.
De acordo com a SSP, os números de estupro já contabilizam o crime de estupro de vulnerável, ou seja, 151 das 242 ocorrências de estupros este ano são correspondentes ao crime praticado contra crianças ou adolescentes. Campinas ainda registrou aumento de 0,3% nos casos de roubos, passando de 8.654 de janeiro a novembro de 2016 para 8.682 no mesmo período de 2017, além de aumento de 4,1% no número de furtos de veículos passando de 3.753 para 3.909 no mesmo período.

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